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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Uma Sangria


Um procedimento medico bastante comum até há pouco tempo, em muitos países , era a sangria. Pensava-se que inúmeros problemas de saúde poderiam ser e resolvidos com essa pratica  e os exageros levavam os pacientes a graves casos de anemia. Se a pessoa se queixava de tonturas, tinha convulsões, sentia forte calor e indisposição, era obesa, tinha tinha pressão alta etc., pronto! , era séria candidata a uma sangria. O médico entrava no quarto com sua maleta, tirava dela um frasco de vidro e sentava-se ao lado da cama onde o paciente estava deitado de bruços, com as costas nuas. Abria o frasco, pegava com uma pinça quatro ou cinco animais moles, escuros, de mais ou menos 10 cm de comprimento e os colocava nas costas dos pacientes. Após uns 10 minutos, o medico retirava os animais que haviam se fixado fortemente na pele do infortunado e os recolocava no frasco. Agora, já bastante volumosos e rígidos, eles permaneciam imóveis. O médico limpava então os pequenos cortes na pele, feitos pelas pequenas lâminas mandibulares dos animais, e perguntava como o paciente se sentia , esperando uma resposta positiva. Assim era uma sangria tipica, feita com a Hirudo Medicinais , ou seja, com sanguessuga medicinal. Nas glândulas bucais da H. Medicinais é produzida uma substancia , a hirudina, de propriedades anticoagulantes. Ela impede que o sangue sunga coagule enquanto o animal está sugando, o que dificultaria a ingestão do sangue. Essa secreção bucal também tem efeito ligeiramente anestésico. Os vermes , uma vez saciados, podem passar varias semanas sem nova ingestão de sangue. Atualmente as sangrias não são tão feitas, mas as sanguessugas tem sigo de excepcional valor no restabelecimento da circulação em cirurgias de reimplantes de órgãos, dedos por exemplo. Para isso, elas são criadas em laboratórios especializados, em condições assépticas , e remetidas, por encomenda, a hospitais que fazem essas cirurgias. Colocadas nas áreas sujeitas a coagulação e  interrupção da circulação, as sanguessugas garantem aí um bom fluxo sanguíneo, forçado por sucção, sem o risco de necrose dos órgãos reimplantados. Embora incomum e muita estranha, essa tem sido uma técnica de sucesso e, portanto, bastante indicada.

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