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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Vinculação Ao Sexo



É a ligação notável de certos caracteres ao sexo. O fenômeno é observável pela ocorrência do caráter , mais frequentemente nos indivíduos de um sexo do que nos indivíduos do outro sexo. Isso se justifica pelo fato de estar o gene condicionante do caráter em foco situado num locus do heterocromossomo X. Na primeira década dos século XX, nos laboratórios da Universidade de Colúmbia , nos Eua , o cientista Thomas Hunt Morgan Verificou , entre numerosas mosquinhas de frutos (Drosophila Meganogaster), que era muito comum estas apresentarem olhos vermelhos. Ocasionalmente, surgia uma com olhos brancos. Analisando-a , ele constatava tratar-se sempre de macho. Cruzando os machos de olhos brancos com fêmeas de olhos vermelhos , resultava uma progênie apenas com indivíduos de olhos vermelhos. Mas , quando ele cruzava os indivíduos dessa geração entre si, surgiam novamente moscas de olhos vermelhos e alguns machos de olhos brancos. Nunca apareciam fêmeas de olhos brancos.  Essa característica, segundo Morgan , devia estar de alguma forma ligada ao sexo. Era a descoberta da vinculação ao sexo ou sex-linkage. Hoje conhecem-se numerosos caracteres , no homem e nos outros animais , transmitidos por genes situados nos heterocrossomos X. Dois exemplos muito conhecidos na espécie humana são a hemofilia e o daltonismo. Um detalhe importante que você não pode desconhecer: os genes sex-linked (vinculados ao sexo) localizam-se em determinados loci do cromossomo X sem correspondentes no cromossomo X e Y (homólogo dele). Apesar de serem os cromossomos X e Y homólogos entre si, existem loci em um que não têm alelos correspondentes no outro. Os genes sex-linked , por sua própria condição de só se encontrarem no cromossomo X e não no Y , estão sempre em hemizigose nos indivíduos do sexo masculino (em drosófilas e na espécie humana). Você já conhecia as palavras homozigose e heterozigose. Agora, acrescente mais esta: hemizigose.  Tanto hemofilia quanto no daltonismo, o gene determinante da anormalidade é recessivo . Assim, a mulher para revelar qualquer desses caracteres tem de ser homozigótica (Xh Xh Xh) ou (Xd XD), pois se for heterozigótica (Xh Xh) ou (Xd Xd) será clinicamente normal, ainda que portadora do gene da hemofilia ou do daltonismo , respectivamente .  Nesse caso, ela poderá transmitir esse gene aos descendentes. Ao homem , sendo de constituição XY, basta ter no seu cromossomo X(único) o gene para uma dessas anormalidades que fatalmente a revelará. Apesar de recessivo , o gene, em homozigose (sem o dominante para inibi-lo), se manifesta . Logo, há muitos mais homens com essas anormalidades vinculadas ao sexo do que mulheres. Daí, a vinculação. A frequência do daltonismo nas diferentes populações humanas é de cerca de 6% para os homens e de 0,25% para as mulheres. Já quanto à hemofilia , um em cada 10000 homens é hemofílico. A frequência do Xh é de 1/ 10.000. Como a mulher , para ser hemofílica , precisa ser homozigótica ( a probabilidade de  de ocorrer duas vezes Xh numa pessoa é dada pelo produto das probabilidades isoladas), a frequência de hemofilia nas mulheres é da ordem de: 1/100,000,000 --> Embora praticamente não se encontrem mulheres hemofílicas , pelo exposto acima , elas , contudo, podem ser portadoras do gene em heterozigose e , por isso , responsáveis diretas pelo aparecimento de novos hemofílicos . Um exemplo disto é a célebre e nobre linhagem da rainha Vitória da Inglaterra.


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